sexta-feira, 12 de junho de 2015

A nu. Sem nada a esconder. Simplesmente limpa. Livre de tudo o que dificulte o movimento. Desprovida de tudo o que possa omitir factos ou deturpar a realidade. Assumindo todos os erros, expondo todas as falhas. O que for fraco parte. Por outro lado, o que for robusto tem a oportunidade de mostrar o que vale e, certamente, sobreviverá. Não se limpa lama com mais lama. Quando muito, a lama esconde temporariamente alguma mazela. Se estiver uniformemente espalhada, talvez até iluda. Mas é uma questão de tempo até secar, estalar e deixar à vista uma corrosão ainda maior. Quanto mais tempo a lama se mantiver fresca maior será o estrago que faz, podendo mesmo conduzir à ruína total. Assim é também com a alma. E a água para lavar a alma é a verdade. Tal como a água fria no corpo, a verdade é desconfortável na alma. Descobre o ser e revela as imperfeições. Mas evitá-la é espalhar lama. É precisa esta nudez da alma, ainda que incómoda. É preciso limpar para ver o que está por baixo. Só assim se consegue inverter o desgaste. Caberá no tempo? A verdade trará consigo a resposta.