A nu. Sem nada a esconder. Simplesmente limpa. Livre de tudo
o que dificulte o movimento. Desprovida de tudo o que possa omitir factos ou
deturpar a realidade. Assumindo todos os erros, expondo todas as falhas. O que
for fraco parte. Por outro lado, o que for robusto tem a oportunidade de
mostrar o que vale e, certamente, sobreviverá. Não se limpa lama com mais lama.
Quando muito, a lama esconde temporariamente alguma mazela. Se estiver
uniformemente espalhada, talvez até iluda. Mas é uma questão de tempo até
secar, estalar e deixar à vista uma corrosão ainda maior. Quanto mais tempo a
lama se mantiver fresca maior será o estrago que faz, podendo mesmo conduzir à
ruína total. Assim é também com a alma. E a água para lavar a alma é a verdade.
Tal como a água fria no corpo, a verdade é desconfortável na alma. Descobre o
ser e revela as imperfeições. Mas evitá-la é espalhar lama. É precisa esta
nudez da alma, ainda que incómoda. É preciso limpar para ver o que está por
baixo. Só assim se consegue inverter o desgaste. Caberá no tempo? A verdade
trará consigo a resposta.
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