sexta-feira, 7 de agosto de 2015

rapere in jus

Devagar.
Não falta tempo.
Inocentemente paciente.
Soletro palavras, que poderia dizer com fluidez, para aumentar a demora. Conto até três passando pelos quatro quartos e  por vezes vou aos oitavos. E começo de novo à mínima suspeita de engano.  O ponteiro move-se lentamente, o mundo abrandou só para mim, na espera de um sinal. Demoro a fazer cada gesto e a completar cada passo, pois tal como o rumo, a pressa deixou de fazer sentido neste novo contar. Eis que surge um espelho que me mostra que algo não está certo... Tons grisalhos, pele enrugada, olhos fundos...o tempo não abrandou! Maldito vazio à minha volta! Só olhei para o meu relógio! Deixei-me ficar aqui, tal era a convicção de que nada poderia falhar... Não posso recuperar o tempo nem apagar as marcas... Ainda assim, isento da pressão do atraso, aprendi que cada segundo é um segundo. O mundo não abranda cada vez que um mero utente sai do trilho, mas a pressa tolda a percepção. Tentarei de agora em diante viver o que Tu me deres. Vou ali comprar uma pilha e já volto ao caminho antes que se faça tarde.


Até breve.

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